A inclusão é uma temática cada dia mais presente nas redes sociais, na mídia e, claro, nas empresas, trazendo aos holofotes a importância da igualdade de gênero, raça e etnia e nos provocando a pensar em iniciativas que visam a evolução da nossa sociedade e, consequentemente, das empresas que buscam, mais do que acompanhar as tendências do mercado, o bem-estar integral de seus colaboradores.
Segundo o estudo da empresa global de consultoria organizacional, Korn Ferry, apenas 5% dos executivos do mundo possuem uma postura inclusiva em suas instituições e quando a lupa se voltou ao Brasil, o número caiu para 2%. Os dados vão em caminho oposto ao desejo das organizações em aumentar a inclusão, nos mostrando que ainda há um longo caminho a ser conquistado. Mas antes de embarcarmos de vez nessa temática, precisamos entender o que de fato é a liderança inclusiva…
O que é a liderança inclusiva?
Para a especialista em liderança, e Conselheira TrendsInnovation, Suelen Schneider, a liderança inclusiva vai além do aumento de representatividade, diversidade e igualdade, “a essência da inclusão em liderança é ‘fazer as coisas com as pessoas, em vez de fazer as coisas pelas pessoas’”, explica. Segundo ela, é justamente neste ponto onde os líderes mais falham: “por exemplo, quando um chefe direciona seus subordinados dizendo-lhes o que fazer, ele está agindo pelas pessoas. Ele assume o papel de comandante”, a professora ainda cita o visionário, e pioneiro do tema, Dr. Edwin Hollander que diz que a liderança inclusiva é construída através de relacionamentos que trazem benefícios mútuos aos líderes e liderados.
Embora atualmente a inclusão seja um tema em alta, também é necessário entender os benefícios dela dentro das instituições. A inclusão “promove a diversidade, que, por sua vez, tem um impacto holístico nas organizações e no ambiente de trabalho”, destaca Schneider salientando os três impactos mais marcantes para as organizações na atualidade:
Diversos estudos comprovaram que inclusão e diversidade estão positivamente correlacionadas ao bem-estar, condição fundamental para a saúde física e psicológica de cada um de nós. No ambiente de trabalho, este fator está relacionado com a segurança psicológica, motivação e engajamento dos colaboradores.
A inclusão de diversidade de gênero, etnia, raças, religiões, classes sociais traz perspectivas diferentes para o time. Esta diversidade de pensamentos ajuda na solução de problemas, criação de novos produtos e a enfrentar tempos de crises.
A empresa global de consultoria de gestão McKinsey estuda o tema há quase 10 anos e, segundo Schneider, em 2023, após acessar mais de 1.200 empresas, constataram que a diversidade nas organizações aumenta em 39% a probabilidade de ter uma performance financeira superior àquelas que não promovem a diversidade e inclusão.
Mas afinal, como implementar a inclusão em uma empresa?
Como era de se imaginar, para que uma empresa implemente a inclusão, é necessário que tenha à frente um líder inclusivo. “Um líder inclusivo é capaz de reconhecer e entender o outro como ele é, sem julgamentos, filtros ou preconceitos. Ele possui ampla consciência de seus próprios vieses e busca ativamente por diferentes pontos de vista. Isso permite que a organização tome decisões com base em informações e construa soluções efetivas e inovadoras”, destaca a conselheira e salienta as características necessárias de um líder inclusivo:
Se a inclusão é uma das práticas que você tem buscado implementar na sua empresa, tenha em mente que é necessário treino, constância e disciplina. Ao manter um compromisso firme com esses princípios, você não apenas construirá um ambiente mais diversificado e inclusivo, mas também contribuirá para o fortalecimento dos laços dentro da equipe e o desenvolvimento sustentável da organização. Essa jornada para a inclusão não é apenas uma prática, mas um caminho transformador rumo a uma cultura empresarial mais progressista e equitativa.