O pensamento computacional é uma habilidade fundamental para o século XXI, especialmente no contexto da educação básica. Em um mundo cada vez mais digitalizado e automatizado, desenvolver a capacidade de resolver problemas de forma lógica, criativa e sistemática é essencial para preparar os estudantes para o futuro. O conceito vai além de ensinar programação: trata-se de pensar de maneira estruturada e aplicar esse raciocínio em diversas áreas, desde as ciências até as artes.

O pensamento computacional envolve uma série de habilidades cognitivas, como decomposição de problemas, reconhecimento de padrões, abstração e elaboração de algoritmos. Ele ajuda os alunos a desenvolverem uma mentalidade analítica que pode ser aplicada em diversos contextos, não apenas em áreas de tecnologia.

De acordo com um estudo da Code.org, apenas 40% das escolas no mundo oferecem algum tipo de ensino sobre programação ou pensamento computacional. No entanto, a National Education Association (NEA) dos Estados Unidos indica que, ao integrar essas habilidades ao currículo escolar desde a educação básica, os estudantes são mais bem preparados para os desafios do mercado de trabalho e para a vida em uma sociedade digital.

Por que o pensamento computacional é importante?

1. Preparação para o Mercado de Trabalho: O relatório do Fórum Econômico Mundial (WEF) de 2020 aponta que até 2025, 85 milhões de empregos podem desaparecer devido à automação, mas, ao mesmo tempo, mais de 97 milhões de novos postos de trabalho serão criados, muitos deles demandando habilidades digitais. Ensinar o pensamento computacional desde cedo ajuda os estudantes a estarem prontos para esses novos desafios, oferecendo-lhes a base para o desenvolvimento de habilidades como programação, análise de dados e resolução de problemas.
2. Desenvolvimento de Habilidades Transversais: O pensamento computacional também desenvolve habilidades cruciais, como:
   • Criatividade: Ao encontrar soluções inovadoras para problemas complexos.
   • Pensamento Crítico: Ao avaliar e analisar soluções.
   • Trabalho em Equipe: Ao colaborar em projetos interdisciplinares.
3. Inclusão Digital: Iniciar a educação tecnológica desde a base escolar também promove a inclusão digital, permitindo que todos os alunos, independentemente de sua origem ou localização, tenham acesso às ferramentas e conhecimentos necessários para navegar na era digital.

Exemplos de Iniciativas no Brasil:

• Programas do Governo Federal: O “Programa Code.org” no Brasil visa democratizar o ensino do pensamento computacional nas escolas públicas, com o objetivo de formar professores para ensinar programação e habilidades digitais aos alunos do ensino fundamental.
• Iniciativas de Organizações Não-Governamentais: Organizações como o Instituto Inova oferecem cursos e materiais pedagógicos para escolas públicas, com foco em integrar o pensamento computacional ao currículo escolar, preparando alunos para o futuro digital.

Investir em educação digital e no desenvolvimento do pensamento computacional é essencial para a formação de jovens preparados para os desafios da sociedade contemporânea. Com iniciativas de ensino de qualidade, tanto públicas quanto privadas, podemos garantir que as novas gerações não só sobrevivam, mas prosperem em um mundo cada vez mais tecnológico.

Emanuelle Nava Smaniotto, CEO Instituto Inova